quarta-feira, 7 de setembro de 2016

1994





Sob o diabo e vossos afazeres: 

Tu que me esperas às águas de um rio

Sei que teus dias são longos e a destino algum tu te veres indo...

Aguarde por minhas vistas!

Porquê há alguém mais, além de ti, esperando à luz do estio que chegues a ficar de seu lado



Ore:

sua vóz é meu guia por agora

sem covas ou benções...

... Enterrados sob o solo envenenado


O Insuportável

ver o diabo à solta...

À caminho de minha ruína...

A idade que curva minhas costas..

E o demônio dentro de mim...

... Este que já voltou a me escoltar



Eu queimo!

A febre já me abarcou...

... Diretamente em seus braços

A pressão dos anos que se passam

Me põem contra ti novamente

E prometo somente a ti meu amor...

E por aqui fico a aguardar...

A respirar sob um cerco

Oprimindo meus sonhos

Esmagado pelas frustrações

Eu ainda não deixarei tu partires, diz o diabo...

Tu que nasceu ignorante

Procurando verdades sob um crédulo corrupto

Esmagado pelas cinzas de teus sonhos

Continuas esperando por alguma cor de verão...



segunda-feira, 22 de agosto de 2016

A vida.

A srta. diz: "Se vira aí, não tenho nada a ver com isso! (sic)".


Vive, vive, vive, vive
Morre
Morre que é de uma vez
Dói um pouco, mas as vezes é sensatez

Compra, compra, compra, compra
É pobre
Sem dinheiro não tem vez
A rejeição já causa embriaguez

Viaja, viaja, viaja, viaja
Saúde?
Encarcera tua vida de uma vez!
Assim o poema já ganha morbidez!

Ame, ame, ame, ame
Odeie
Não consigo, nem dessa vez...
Nessas horas a vida já se desfez...


sexta-feira, 10 de junho de 2016

Damn Son!

que texto lixo!

  Aos amantes da boa leitura e da boa cevada. Faz-se deste, não mais, túmulo de sonhos e poesias de amor um lugar mais bonito. Que se faça a boa ação de terminar o que começastes sr. escriba!
Eram 5 da manhã e lá estava o moribundo voltando de uma vadiagem, adoecido e sem encanto, gritando a seus amados - que estavam no 6° andar do prédio:
- Eeeei! (gritando) abram o portão pra mim!
- ...
  A resposta esnobe de silêncio não era sem causa. N'outro dia esse mesmo moribundo havia de querer saciar-se de liberdade. O comportamento 'não-social' de gostar mais de ser feliz do que saciar a felicidade alheia por meios proletários, e olha que esse infeliz nem se quer era gauche. Era apenas um John Lennon sem grife, aquém de habilidades músicais que o primeiro tinha e tímido demais pra jogar suas poesias ao relento, em versos cantados na estapafúrdia MTV.
  Pois deixe-me continuar!
  Este que foi-se ao bar para encontrar algum amigo. Repito: Algum amigo. Fez-se de azar também, teve que contentar-se com o garçom. Porém antes de continuar, eu vou falar desse garçom aí...
  Alto, de pele escura, com um volume entre as calças de mais ou menos 20 cm², de voz grave, cheirava a enxofre e usava um chapéu. Iesous ele se chamava, e dali compartilhava alguma experiência de vida com o rapaz de quem eu havia-lhe falado.
- Rapaz sair de casa assim e sem pensar nas consequências foi uma grande irresponsabilidade - dizia Iesous.
- Pois eu sei! - responde - sei também que não há um que não me falou algo diferente, a história, ou melhor, estória é sempre a mesma!
- Pois tu não achas que a história que muito se repete é, de certa forma, verídica em algum sentido? - Iesous disse e continuou...
- Se fosse seu pai jamais deixaria que algo disso acontecesse, fico triste sabendo que há jovens desfazendo-se de sua família em prol de um bem viver catatônico e sem futuro...
- Alto lá! - Já com sinais de embriaguês, respondeu o jovem.
- Diz-me tu que és um garçom, não é por platonismo ou culto a Epicuro que me faço um vadio! - Bradou o jovem! - a carapuça do bem viver de quem se obriga ao óbvio é mais do que visível! Fale-te de bons relacionamentos familiares mas não sabes da pouca leitura que me deram, do pouco aconchego entre braços que tive, falta-me o grande ode a vida pra continuá-la, estou apenas procurando...
- BRAVO! Antes de continuarmos - Iesous o interrompendo...
  Abre-se uma porta, como uma escotilha, por trás de todas as garrafas de gim, rum, cachaça e refrigerantes Pon-Chic e lá está o inferno.
  Sai de lá uma moça, de cabelos negros, alta e de batom vermelho. Seus traços, diria-te que são de uma mulher (sim, mulher) magra, dos seios pequenos - porém fartos - e de não muitas curvas... Vestia-se como mulheres de motoqueiros, com um cabelo hippie, calça preta - e apertada - uma blusa vermelha e uma jaqueta preta. Chama a atenção do jovem apertando seus testículos e com um breve boquete...
- ... 
  Entre gemidos e ejaculações que não duraram mais de 15 segundos, a moça de rosto angelical enfurece e soca o estômago de nosso protagonista. Este já cuspindo sangue pergunta-se porquê a morte se faz tão próxima.
- Porquê você é um fracassado! - responde a moça que vai embora.


segunda-feira, 6 de junho de 2016

Carta de Platão.

Voltando de uma de suas viajens à Nápoles, Platão escreveu para uma de suas amigas e aluna de sua escola em Atenas. Embora na época, por causa do proselitismo - históricamente machista - de Atenas, em que apenas homens tinham direito ao voto e poder político em alguma instância, o fato de se aceitar uma mulher na escolástica ateniense era algo inovador  e (...), dizem os artigos de nossos historiadores acadêmicos, assustador. Deixo esse registro aqui em meu relicário não por falta de originalidade, mas porquê o texto vale cada letra que o forma.

"(ineligível)... Voltando de algumas epístomes com Deméclito lá pelos cantos d'onde o mar é azul, sua fluidez me era destoante na medida em que se tinha em memória que homens bravos estavam lutando por aqueles cantos. Não uma luta corpórea em que o sangue jorra de suas vísceras, mas a luta intelectual e, sendo um tanto leviano, política.
Havia voltado de lá e me deparei com alguns imprevistos no caminho de'meu pleito, uma família de sorveses fugida da peste havia amigávelmente dado-me abrigo por algum tempo. Vi, lá, amiga e vivi - por conseguinte - algo que nunca me abandonará em minhas memórias e experiências de vida.
Veja, tu, em teu lar e que lerás isso em breve. Tu te lembras de quando estávamos em uma noite banhada de vinho em demasia? Daquela última noite que estávamos junto de vossos amigos e companheiros. Pois diga tu, que estava sóbria e brincava com minha embriaguês: O que diabos nos impede de voltar ao pleito de nossos companheiros e confrades para um bom vinho apreciar? Admiro-te por todos os tempos bons com os quais passamos juntos e o conhecimento que tu passastes para mim.
Óh mulher, fale-me de ti. Gosto de receber a voz que fala de tu, embora na distância que estamos nem o mais alto grito pode ser ouvido por nossas orelhas. Mas que não fique estonteada por frustração. Digo-lhe que a voz de teus conselhos ecoa em meus sonhos. 
Mas ainda que o fraternal sentimento seja o precioso mohgno que queima a chama de vosso amor e amizade por minha pessoa - e já retifico meu amor por meio dessa humilde carta que vos escrevo - a saudade de nossas libertinagens pelas ruas da'polis já é evidente.
Veja, óh estimada mulher, vale-te tanto para mim como esposa. A esposa que adoece e padece por amarguras da vida me entristece. Mas a amiga que está longe e padece por saudade me entristece análogamente.
Tu que preferes o simples e és entusiasta do bom amor. Que não me esqueças por meras tragédias de cunho particular... Houve-me, tu tens o que mais aprecio em semelhantes a vós: O companheirismo. O amor, a ternura, a sabedoria e a beleza de quem tem dentro de si a cura para o escaravelho da mundanice, do escárnio, da mentira, da falta de franqueza e da sabotagem.
O mundo limita-me em demasia para agradecê-la de forma franca. Acho que o amor não conseguirá - por vias de atitudes e presentes - materializar-se para ti o que sinto.
Veja, estimada, lembra-te de quando nos despedimos antes de minha viagem para cá? De baixo de uma fina chuva e meus horrendos calafrios por causa do excesso de vinho?
Pois lembre-te. Embora a vos eu não me obrigue a realizar bodas de matrimônio, a vos meu sentimento de amizade aflora pelo ósculo de vossa amizade.
Perdão pelo amontoado de letras e falta de sentido. Porém para explicar a grandiosidade de nossa historicidade, hei de obrigação deste pôr-las em códigos bem emaranhados e com boa sonoridade d'e leitura.
Felicidades."


quinta-feira, 2 de junho de 2016

Same Shit, Different Day... For real this time!



   Após alguns monólogos distantes, insistentes, contínuos e - convenhamos - desinteressantes, é - de certa forma - grosseiro dizer que ainda há, nessas mãos que vos escrevem, alguma técnica ou apreço pela bem feitura de oráculos (olha o que estou dizendo) e, por ventura, algum respeito pela humilde, porém rica, literatura deste sítio.
   A catatônica preguiça que se abateu nestas mãos é reflexo de um momento ímpar da qual a vida deste escriba passa. Elas estavam mais ocupadas dentro das partes íntimas de sua esposa - principalmente no primeiro ano de letargisse na produção de textos - e depois ela estava ligada ventrículosamente às partes deste que lhes escreve.
   Foi-se a classe e respeito alheio para o brejo, não foi?
   Não foi por falta de aviso, caro leitor randômico.
   Pois sobre o que escreveria aqui?
   O que tu queres saber?
   Quando criei este espaço, a 1° coisa que fiz foi cagar para o fato de que textos em 3° pessoa não podem tranfigurar-se entre a 1° e a 3° pessoa. Por quê? 
 - Aparentemente tu sabes conjugar bem os verbos, trata-te de explicar!
 - Não.
   A preguiça e, digamos de forma não tão poética e amigável, a falta de coragem me afastaram de meu hobby. Imagino que o meu dia-a-dia também tenha caído na constante rotina predatória de sonhos que é a vida.
   Já falei algumas vezes aqui e continuo a plantar sepas de minha fala por onde ando: A "lei de Nutshell" deve ser respeitada.
   Talvez se não fosse a minha burra insistência em tentar me apegar às poucas coisas que ainda me restam como decentes e benéficas para o meu viver, estas mãos já estariam sujando o chão d'alguma humilde residência...