quarta-feira, 22 de maio de 2013

Folhas de Papel - Noite de Lua. Pt.1

I gave that bitch love... Bitches don't care about love.

   Mesma coisa de sempre, ele voltara pra sua casa, para seu quarto... O quarto não estava frio como costumava ficar naqueles dias de inverno. O amor dela havia deixado seu calor marcado na pele dele... O calor daquelas mãos frias havia ficado em seu coração... Ele estava apaixonado, apenas isso.
   Se vale um depoimento do autor nesse momento... A minha vida finalmente ficara simplória, amigos, namorada, faculdade, boêmia semanal e afins... Os planos para o futuro davam certo, mesmo sem praticá-los. Eu tinha sonhos e era capaz de realizá-los, eu tinha alma e confiava nela.
- Um dia eu vou vir pra São João, pra poder passar uma noite só com você! Vai ser muito bom né Jão?
   Planos e mais planos pro futuro... Não sei se sou o único mas eu cometia o crime de não dizer para aquela mulher que eu a amava... Compensava a falta de palavras com atitudes, pensamentos e afins... Minha inocência era tamanha que até o dia que eu me casaria com ela eu já tinha nos planos, já tinha o script escrito e fiz questão de separar as palavras mais belas pra ela...
   Se lhe faltava o "amo-te", não faltava o carinho... E se me permite dizer, as vezes isso pode enganar... As vezes isso pode ser capaz de curar mais rápido as feridas que o amor deixa na tua alma, antes de matá-la... Essa foi a primeira vez, a segunda é por agora...
- Você foi o homem que eu mais gostei em toda minha vida Jão! Não quero que você vá embora não!
   Ele era homem, tinha confiança... Andava na rua como se fosse seu pai, porém faltava-lhe muita vida ainda...
- Você sabe que só tem a ela não é?
- Sim! - Respondia ele em pensamento, depois de mais um sonho com a menina dos olhos perfeitos...
   Quando o anel de compromisso de uma promessa cai ao chão e leva consigo as lágrimas daquele que sabia a quem pertencia a promessa... É como se nada mais importasse, morrer é uma saída... Porém é covardia demais você apagar sua importância física no mundo, já que assim as pessoas sentirão sua falta... O que você faz? Você mata sua alma... Nela está tudo o que você é...  As pessoas não ligam pra isso, então pode-se matá-la sem remorso algum, talvez um dia algum samaritano faça ela sorrir e quem sabe renascer... Pra depois matá-la de novo, daí inicia-se outro ciclo...
   Infâmia! As pessoas são hipócritas! Passam a vida pedindo por alguém (a não sei quem!) que lhes entreguem seus sentimentos, e quando encontram fazem questão de por o remorso e a insegurança, egoísmo também, na frente do que realmente é verdadeiro...
- Que maldita convivência, parece que hoje faço a mesma coisa! - Eu agora...
Que seja...
- Namora comigo?
- Não posso... Você estará longe ano que vem... Não sei se poderemos nos encontrar...
   Aquela fora sua primeira contradição... Aqueles olhos haviam perdido o encanto por um momento... Só por um momento, porque um tempinho depois, acho que uma noite... Se não me engano... Foi o tempo que demorou pra eu dormir e sonhar com ela ao meu lado... Enfim, após esse tempo o encanto voltou...
- Essa sexta, vou dormir na casa da ... Aparece lá! Eu to esperando por isso a muito tempo!
   A perfeição da menina voltou... Naquele momento o mel que escorria na íris de seus olhos era reluzente, seu sorriso era perfeito e seu corpo era fruto dos desejos ébrios dos olhos negros de meu personagem...
Sua voz...
- Para Jão, agora não!
   Aquela mensagem suja de quem quer que você faça o contrário do que ela diz... Da nudez explícita de alguém que se deixa levar pelos versos e poesias... De alguém cuja boêmia noturna proveniente d'alguns copos de whisky, vodka, mistura de ambos e amor... É capaz de se deleitar no ócio dos sonhos pecaminosos aos olhos da religião de "D"eus... Eu estou sonhando, tudo aquilo era um sonho...
  Um sonho que havia roubado minha alma, minha confiança, minha personalidade, meu físico, meu cabelo (puta que pariu...), uma parte da minha vida, minha felicidade, minha tristeza... Tudo... Esse sonho egoísta foi capaz de juntar boa parte do que eu era, tudo pra si... Pra poder sorrir sozinho e se aproveitar dos misérrimos sorrisos que posteriormente foram esboçados e as vezes desenhados num rosto em branco... D'alguém que havia entregado seu amor a quem não podia... Familiar não é?

domingo, 19 de maio de 2013

Folhas de Papel. - Bandeiras.

Eu queria martírizar esse texto, apenas...

  Passaram-se algumas noites e ele continuava sozinho com seus pensamentos dentro de seu quarto na época do inverno. A mulher perfeita que ele encontrara outrora estava a alguns quilômetros de distância e a solidão começava a apertar. Ao menos nesse tempo todo ele tinha a família para se apegar... Ele tinha o abraço da mãe para esquentar durante as manhãs geladas de Minas Gerais.
   Ele estava a esperar o resultado da prova que irá mudar a sua vida para sempre. Ele estava na aula vendo o celular e por fim viu que havia sido aprovado! Ele faz uma tímida comemoração com os amigos e se vai pra casa conversar com os outros e com os pais pra contar o grande feito.
- A festa dos aprovados será semana que vem! Você vai né?
- Lógico! (e as risadas continuavam)...
   O dia da festa chega, era um ambiente bom! Eu estava rodiado de amigos e já tinha até passado mal por causa uma dose simplória daquilo que a gente chama de líquido da vida ou pinga ou perfeição ou Big Apple... O que combinar melhor no momento é o certo. Pedro que o diga.
   Dentre uma mulher ou outra, ele já tinha se aproximado da amiga e levado umas mordidas dela. Tinha uma gente boa que ele acabara de conhecer, a amiga do cursinho, umas desconhecidas qualquer e uma outra lá que já tinha dado toco em nosso herói.
   A festa continuava... Sem dúvida é uma das festas que mais são lembradas na cabeça de vosso personagem, uma daquelas que ele mais guarda na memória, até porque ele não costumava ir em festas... Acho que faz até um pouco de sentido lembrar dessa... Ou não, ela foi uma das melhores mesmo...
   Ok, chegara o final da festa e ele com o amigo estavam a procura de alguma dama para terminar a noite em grande estilo. Logo avistaram um grupo de mais ou menos 5 mulheres, não tão distante e nem tão próximo. Uma delas já era conhecida de minha pessoa... Não demora muito e aquela grupe já era vítima dos desejos sacanas de nossa pessoa e do amigo.
Eles se aproximam... 
- E aí Yara? Quanto tempo!
   Foi o migué perfeito! Entre as bandeirinhas de São João duas mulheres se sobressairam:
1° Uma mulher com jeito de menina, tinha olhos perfeitos e tinha alguns sonhos em comum comigo.
2° Uma mulher com jeito de mulher, não tinha olhos que me atraíssem tanto, porém era uma grande amiga... Era...
   Eles terminam a festa se conhecendo do melhor jeito possível... Cortaram o cabelo do protagonista, trocaram telefones e melhor: Se adicionaram no facebook!... Pelo facebook se conheceram, pelo facebook assinaram o pacto de amizade e pelo facebook marcaram de se encontrar.
   Se encontraram, riram juntos, assinaram um dilema juntos e começaram a correr atrás da melhor risada... Felicidade? Eles tinham... Eu acho...
- Tem show de uma banda que eu gosto aqui na cidade, você vai vir né? - Dizia a menina dos olhos perfeitos... Ela dizia que gostava quando eu deixava a barba, ela dizia que eu tinha cara de homem... Dizia que eu era o cara que ela mais gostou até então, eu era quase um mártir... A infâmia de me sentir assim me assusta até hoje... Eram noites ali na praça, eram noites boas... Era o que eu tanto corria atrás... Eu corria atrás de ser feliz... Tem alguma coisa errada nisso?
....
   Não quero ser anacrônico, vou retomar meu texto:
... Ele (sim, eu voltei pra terceira pessoa e quero que você se foda) foi pra cidade das meninas junto com o irmão mais velho. Eles, irmãos, demoraram pra achar a famingerada casa delas... Quando acham, se deparam com a menina dos cabelos dourados incrívelmente ébria, amável... Era uma amiga como as outras...
   A menina dos olhos perfeitos estava apaixonada... Ela conversava comigo como se fosse minha namorada... Me dizia o que fazer, me divertia, me dava atenção... Ela não estava tão bêbada, ela era divertida e perfeita... Talvez um saudosismo tenha descido em minha pessoa agora, mas foi assim que me eu senti naquela hora...
   Eles foram-se, ébrios, para o tão esperado show. Ele que não gostava da música que era tocada ali estava cantando junto com ela... Ele cantava o que ela dizia, repetia as palavras que ela dizia... Seguia seus passos, se embebedava com ela e sorria com ela também... Eles ficaram parados entre as bandeirinhas tão comuns nos meses de junho e julho de cada ano e lá ficaram...
   Tamanha era a felicidade que até fogos de artifício queimaram logo atrás dela, ela estava abraçada comigo e eu estava observando toda aquela cena e logo entendi que aquilo iria me marcar pra sempre... E talvez um dia eu também entenda que não é assim que se escreve um conto.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Folhas de Papel. - Prólogo

Quando você não quis ficar mais comigo foi assim que eu me senti filha da puta!

   Era uma noite de verão e ele conversando com a mãe dentro do quarto. De frente pro seu computador, até então o seu melhor amigo. Não fazia muita diferença, ele havia largado um amor em potencial em prol do seu egoísmo desinibido havia 3 meses. A escuridão que se passava na sua alma era tamanha que nem mesmo a luz da amizade era capaz de iluminar, até porque, amigos ele não tinha muitos.
   Não por consequencia do destino, mas por uma coincidência do mesmo... Uma mulher que tinha olhar confiante havia adicionando vosso amigo em uma rede social. Deixai-lhe uma mensagem protagonista!
- Quem é você tia? Você é do cursinho?
- Tia? Quem você pensa que é?
   Fora plantado a semente sentimental entre os dois... Passaram-se uns dias e ele por inocência, ou falta de papo mesmo, confidenciou à mulher que ele havia se apaixonado no passado e que havia cometido erros que Iesous não perdoaria... Fez-se de inocente e ao mesmo tempo não... Coisa que as pessoas fazem quando querem mostrar como elas são de verdade e ao mesmo tempo tentam corrigir-se dos erros do passado.
- Como que um menino como você não tá namorando?
   Sim, frase tão salutar na primeira vez que é ouvida... Depois de diversas decepções e, por conseguinte, repetições da mesma frase de outrora tão linda a vossos ouvidos soa agora tão irritante e repetitiva. Uma grande bosta pra ser mais sincero e se me permite a interrupção de minha própria história.
   Caso querias saber, decidi escrever isso porque tento achar os meus próprios erros.
   Certo, continuando: Ele teve uma semana de alergia, passou três dias deitado na cama espirrando como um daqueles europeus que agonizava antes de morrer de gripe espanhola num desses séculos passados... Que seja, eu to tentando ser Álvares de Azevedo, porém faltam-me muitos vocabulários pra chegar aquele nível.
Foi-se ele ao computador dizendo:
- Essa semana eu vou assistir aula a noite, a gente poderia encontrar não é?
E não deu outra... O rapaz foi pra lá assitir umas aulas de história e biologia para encontrá-la... Foi cheiroso e usou o melhor perfume que tinha, fato bem observado pela fêmea em questão. Mal ele tinha imaginado, a fêmea se sentiu atraída pelo odor másculo do garoto que ainda tinha cheiro de leite por baixo da barba rasa que estava na cara.
   Continuaram a conversar e junto disso os migués acompanhavam vossas pessoas em questão. Até o fatídico dia que ela o diz:
- Briguei com as meninas, vou voltar pra minha cidade. Venha me ver... Antes de eu ir quero te ver pela última vez... Poderíamos ter nos conhecido antes não é?
   E lá ele foi a procura da recinto da mulher na parte mais histórica da cidade. Ou melhor, depois dela... Numa subida de morro que, por sinal, depois de uns anos era vítima de saudosismo nas memórias do rapaz...
  Okay, eles se encontraram... Deitaram numa cama e conversaram... Faltando alguns 15 minutos pra ela ir o tímido rapaz abraça-a e dá-lhe um beijo... Beijo esse que ele guarda uma foto em sua memória fotográfica até hoje... Os olhos se fechando, as memórias antigas ruindo e sua moral de pirralho se elevando a de um jovem homem que poderia ainda ser feliz.
A mulher se vai e deixa a mensagem:
- Um dia eu voltarei... Por você...

   O menino, sim, apenas um menino acredita nessas palavras como se fossem as últimas promessas de algum pseudo-amor da vida... O menino se convenceu disso tudo descendo a rua da casa da mulher e ao ver o carro que ela estava partir para o centro-oeste.
   Falou-se de meninagem, a mesma atua sobre vosso protagonista... Ele liga pro amigo pra comentar o ocorrido...
- Eu sabia que você ia conseguir bro! Agora cuida porque ela é muito gatinha!
  E ele estava certo e as palavras que o amigo lhe disse foram cumpridas como as ordens que meu pai dá a um esmeril soldado ao subir os morros do sudeste de Minas.
  Okay, passaram-se alguns dias e semanas e a prova que estava para mudar a vida de vosso protagonista estava por se aproximar. Vendo o futuro, ele iria morar perto da cidade da mulher cá apresentada no texto...
- Volto pra São Jão para fazer prova! Vamos fazer prova no mesmo lugar! Vamos ficar juntos de novo!
  Pronto, aquilo foi como um "namora comigo"... Háh como eu poderia esquecer? A mesma disse:
- Se estivessemos juntos nós já estaríamos namorando agora... Pena que a distância nos deixa assim, você foi o menino que eu mais gostei na vida! Vou adotar você!
"Você foi o menino de quem eu mais gostei na vida"... Anotem essa porque cairá na infâmia tal frase também...
  Passaram-se os dias e até com a família o virgem havia comentado sobre o ocorrido... Sobre se apaixonar por uma de 21 anos e que ela era linda e que não sei o que... 
- Para de dar bola pra essas mulheres se não elas vão pisar em você!
Só tenho a agradecer minha mãe pela sábia frase que me foi dita... 
   Que seja, chegou o dia da prova... Resultado: O rapaz havia obtido sucesso na prova, porém não no amor.
  A mulher diz que está tentando bloqueá-lo nos sentimentos e que está tentando não se prender a ele porque a mesma não sabe se poderá voltar um dia... Tal atitude, pouco valorizada no início dessa história, foi uma das mais sinceras e verdadeiras e que hoje eu valorizo como poucas vindas de uma pessoa... (leia isso com a minha voz)...
   Eles passaram alguns momentos inesquecíveis, alguns momentos simplórios e felizes como um casal de namoradinhos no frio do outono naquela cidade histórica... Foi um dia perfeito... 
   No dia seguinte a mulher aos trancos e barrancos se dispidiu dele e entrou num carro de um desconhecido rumo à sua cidade no interior do centro-oeste... O rapaz ainda iludido por uma paixão, que ela mesma já o havia convencido que nunca existira, continuou a insistir no romântismo exarcebado que era característico de sua personalidade...

terça-feira, 7 de maio de 2013

Evidence.

  Mais uma vez eu morro afogado na maré de ressaca dos meus pensamentos... Aquele mesmo mar que eu costumo me afogar quando deixo "aquela" parte de mim nas mãos de terceiros... Talvez da próxima vez eu terei de dizer: "cuide bem, porque é uma parte de mim que está em suas mãos..."
   Depois que você se foi a dor se tornou mais do que presente, assim como sua presença foi permanente em minha mente...
  Não há como se adaptar a idéia de não existir mais "nós"... Agora sou apenas "eu" e as músicas, os pensamentos e minhas lembranças... Ah as lembranças! (...) Se elas doem agora... Imagina daqui a alguns ou até mesmo muitos anos, quando elas reaparecerem no meu subconsciente  e me mostrarem que não irei passar de um velho solitário com os pensamentos sabe-se lá aonde... Eu sei! Meu pensamento te acompanhará, mesmo não tendo a menor ideia de onde você estará...
  Posso passar toda a madrugada escrevendo, cuspindo palavras e textos e histórias... Mas nada irá adiantar, como você sabe... Nunca encontramos nada que possa descrever o que sentimos... Nós apenas vivemos!